A Clínica Fonoaudiológica no TEA – Diagnóstico e Intervenção – Fernanda Dreux

Parte 1 – Diagnóstico – A compreensão ampla

– Aspectos Funcionais: A Comunicação Social é o aspecto da linguagem que está alterado em todos os indivíduos com TEA. Segundo o DSM 5, as dificuldades nessa área são um dos principais critérios para o diagnóstico de TEA. A avaliação consistente das dificuldades em Comunicação Social é atribuição primordial do fonoaudiólogo. Essa aula propões a discussão dos principais elementos para essa avaliação.

– Aspectos Formais: A caracterização específica de dificuldades de linguagem em áreas como fonologia, léxico, gramática ou sintaxe em indivíduos com TEA não pode ser generalizada. Mas é fundamental considerar que as habilidades de comunicação social fundamentalmente manifestadas pelos elementos formais linguagem. Assim, uma avaliação individualizada e detalhada é parte fundamental do diagnóstico fonoaudiológico.

– Aspectos Correlatos: Pesquisas internacionais apoiam a experiência clínica que indica a importância das habilidades de meta-representação e das funções executivas para a Comunicação Social. A identificação das correlações entre assas áreas deve ser parte do diagnóstico fonoaudiológico. Nesta aula vamos discutir como considerar assas diferentes habilidades e sua participação no perfil comunicativo de cada indivíduo

– Avaliar e concluir: A conclusão do diagnóstico fonoaudiológico deve ser detalhada e abrangente, fornecendo elementos para o delineamento de propostas de intervenção individualizadas, claras e abrangentes. Por outro lado, a comunicação desses resultados deve indicar a expertise do profissional e a especificidade dessa área, com informações suficientes para o diagnóstico e para a fundamentação de indicações clínicas e educacionais.

Parte 2 – Intervenção – para essa parte do curso, sugere-se que os alunos interessados apresentem casos ou dúvidas, encaminhando-os previamente para que possam ser discutidos de forma objetiva nas aulas.

– Individualização e identificação de objetivos: a partir do diagnóstico detalhado e abrangente é possível construir propostas de intervenção individualizadas em que o nível de desenvolvimento em diversas áreas seja considerado e objetivos a curto e médio prazo sejam propostos.

– Áreas a serem abordadas: a definição das diferentes áreas para a intervenção deve ser flexível e nortear as atividades cotidianas. Princípios como desenvolvimento de habilidades básicas de engajamento e interação; apoio contextualizado e aplicação de habilidades podem fundamentar proposições iniciais.
– Alternativas e estratégias: Diferentes níveis de desenvolvimento implicam em diferentes necessidades e possibilidades para a intervenção. A prevalência dos TEA exige que se considere alternativas para a intervenção individual intensiva. Grupos terapêuticos não excluem a individualização da abordagem e podem ser propostas relevantes tanto em termos clínico quanto sociais.
– A inclusão da família: É um elemento essencial, com diferentes implicações: possibilita a ampliação da abrangência da intervenção, na medida em que a intensidade do contato com o paciente é maior. Além disso, favorece a aproximação com outras experiências do paciente.